Fonte: OVALE
O Vale do Paraíba recebeu R$ 7 bilhões em benefícios pagos pela Previdência Social no ano passado, segundo levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
O resultado é a soma de 347.601 benefícios pagos na região, que representam 14% da população da RMVale.
Entram na conta aposentadorias e benefícios como BPC (Benefício de Prestação Continuada), pensões e assistências. No ano de 2018, o valor médio pago na região foi de R$ 1.695.
De acordo com o estudo do Dieese, o impacto da Previdência na economia regional pode ser avaliado na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto) dos municípios.
Em 21 cidades da região, o valor pago aos beneficiários representa mais de 10% da riqueza municipal. Cunha, São Luís do Paraitinga e Piquete são as de maior dependência da Previdência, com os benefícios representando, respectivamente, 24%, 23% e 21% do total da riqueza.
Cunha registrou um PIB de R$ 225,5 milhões no ano passado e um total de R$ 53,7 milhões em benefícios da Previdência Social. São Luís e Piquete tiveram resultados semelhantes: cerca de R$ 150 milhões de PIB e R$ 30 milhões em benefícios.
"A Reforma da Previdência diminuirá o valor dos benefícios, assim como tornará menos pessoas elegíveis para seu recebimento. Por esse motivo, além dos impactos individuais e sobre as famílias, haverá impactos para a economia regional, caso seja aprovada", disse a economista do Dieese, Renata Belzunces, responsável pela pesquisa.
Nas cidades maiores, o impacto da Previdência é relativamente menor, mas ainda assim relevante para as finanças do município. Em São José dos Campos, por exemplo, foram pagos R$ 2,19 bilhões em benefícios, equivalente a 5,57% do PIB municipal.
Taubaté totalizou R$ 1,1 bilhão em aposentadorias e outros benefícios, 7,44% do PIB.
'Participação na economia vai cair no Vale', diz economista
A economista Renata Belzunces, do Dieese, disse que é quase impossível mensurar o impacto que a reforma da Previdência, caso seja aprovada, terá no Vale do Paraíba, em razão da complexidade dos indicadores. Porém, ela confirma que os municípios perderão riqueza. "Vai perder, porque a reforma tem duas coisas cabais: diminui o número de pessoas elegíveis no próximo período e reduz o valor dos benefícios existentes e os futuros. Como não prevê regra de correção nos atuais [benefícios], o valor da participação na economia vai cair", afirmou Renata.
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