O secretário de Inovação da Prefeitura de São José dos Campos, Alberto Mano Marques, e a presidente da ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José, Eliane Maia, participaram do Webinário organizado por OVALE, ‘Desafios da Indústria’ nesta terça-feira (25), e fizeram uma análise otimista sobre o setor na região.
Para eles, apesar da crise e da pandemia da Covid-19, agora é o momento de apostar em diversificações e em novas oportunidades. “Temos avanços, desafios grandes que temos para vencer, mas tempos boas perspectivas”, disse Eliane no começo da conversa.
“É um período desafiante e promissor. É uma época difícil para todo mundo, mas para indústria menos do que para comércio e serviço, que não teve restrições diretamente, mas fechamento, ficar cinco, seis meses com porta fechada teve uma trajetória mais tranquilo. Motivo pelo qual diversos setores cresceram e cresceram bem. Mas, claro, que macroeconomicamente é difícil”, disse.
Ele ainda cita que ver a cidade em quarto lugar no agregado do ICMS do bolo estadual, é um bom sinal e que o deixa otimista.
O secretário citou investimentos nas empresas e ressaltou o crescimento da GM. “Fui na GM e vi alguns setores que já receberam investimentos iniciais da GM, que reativou setor de fabricação de motores e está exportando para os Estados Unidos. Setor automotivo cresceu bastante”, disse citando também a Bayer, no setor químico, que também cresceu muito no período.
CADEIA PRODUTIVA.
Para Eliane Maia, fechamentos de empresas como LG e Ford, em Taubaté prejudicam toda a cadeia industrial da região.
“Toda saída de indústria da região impacta em toda a cadeia produtiva, pois temos pequenos comércios, rede de serviço que dependem do funcionamento dessas indústrias. Sentimos a redução de consumo em determinados seguimentos, mas o que temos também visto são outras oportunidades que estão surgindo”, disse.
Ela citou que a ACI registrou aumento de 41% de empresas abertas no primeiro trimestre em relação ao ano passado. “Muita gente abriu o seu próprio negócio”, disse.
Eliane também falou sobre a Indústria 4.0, que também exige profissionais gabaritados no setor e assim, geram novas oportunidades. “São desafios que criam oportunidades. Até porque temos o privilégios de morar numa região que é referência no Brasil e no mundo”, disse.
Em seguida, Mano citou que, só nos três primeiros meses do ano, foram mais de 600 empregos criados em São José dos Campos apenas no setor industrial.
“Tinha uma fábrica com 240 postos de trabalho que trabalha full time para a LG e o impacto foi muito grande, vão ter que se reinventar”, disse.
Ele lembra ainda que, no caso da Ford, a situação é diferente. “Eu conversei com a empresa mais impactada, com 140 funcionários, que não se preocupa muito, apenas com o estoque, que não sabe se vão honrar e comprar. O que vai acontecer, na prática, é que as outras montadoras vão aumentar o seguimento e vai ampliar a produção”, disse.
INDÚSTRIA 4.0.
Na conversa, Mano ressaltou que a cidade está caminhando mais rápido que as outras regiões na indústria 4.0. Mas lembrou as dificuldades do setor aeroespacial, que agora vem se recuperando.
“Indústria aeronáutica praticamente parou durante alguns meses. O setor levou a pancada gigantesta com o cancelamento dos voos. Então, como estamos numa cidade que tem a Embraer e a cadeia aeronáutica como essência, é natural que a gente tenha essa sensação”, disse.
“Mas, depois de um ano e três meses, a Embraer está fazendo a lição de casa e está encontrando o caminho. Em 90 dias, as ações cresceram 100%”, afirmou.
“A cidade precisa abraçar a Embraer e em um, dois ou três anos vamos ter boas notícias da Embraer. Embora seja muito emblemático, exista uma relação umbilical entre Embraer e a cidade, a cidade tem outros grandes setores”, afirmou.
Eliane Maia ainda lembrou o grande impulsionamento dos pequenos empresários, pois eles sempre olham o que está dando certo. “Além do desafio financeiro, têm os desafios internos, o trabalho home office que algumas empresas estão fazendo. Vi empresas na Califórnia com tecnologia que temos aqui em São José dos Campos”, disse.
“A gente vai ter muitas surpresas pela frente e isso vem a impulsionar os demais, outras empresas que ainda vão dar o primeiro passo na Indústria 4.0. Temos o ITA, CTA, Embraer, que são grandes impulsionadores da Indústria 4.0”, afirmou.
Eliane ainda lembrou que São José tem vários setores, como de saúde, setor químico, farmacêutico, que pode expandir, de papel celulose também e a informação da 4.0. Essa parte de robótica podemos melhorar mais, e até as impressoras 3D, na exportação.
Eles também falaram sobre a importância da 5G e sobre a chegada de novas empresas na cidade.
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